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“vinde, então, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Isaías 1:18)
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meu camersim, da tua língua viperina goteja êxtase
foste tu que bebeste do vinho escarlate das labaredas?
eles ajoelham-se e pedem absolvição, as suas orações são áridas como o deserto, os seus corações são como o vácuo ─ matéria inexistente
levantar-me-ei
meu dionísio quimérico, venha até mim, preencha o meu cálice purpúreo de lhaneza
as lágrimas revestem-me a face
sinto-me em mansuetude quando oiço a tua voz
desejo ser a tua flor-de-maio, muguet de mai, lírio-do-vale ─ aquela cuja comparência anuncia a Primavera, a flor inebriante que se mescla com o sândalo...
fim, Lune.